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domingo, 28 de setembro de 2008

Plantas Alucionógenas, Castaneda e ....sei lá

PERGUNTA: Que plantas utilizastes?

RESPOSTA: Todas que pude obter pelo correio e mais algumas. Estudei todos os manuais de etnobotânica disponíveis e conversei com especialistas. Não acho apropriado citar o nome das plantas. Usei sintéticos como o LSD também.

PERGUNTA: Carlos Castañeda diz que as drogas lidam com a "primeira atenção" que é nossa curiosidade mais básica, se ele não tivesse despertado para a primeira atenção, jamais teria se interessado em desenvolver a segunda e a terceira. As drogas não ajudariam de alguma forma nesse sentido?

RESPOSTA: Quando falamos em "níveis de atenção" isso por si só já caracteriza materialismo espiritual. Carlos Castañeda pode falar muitas coisas interessantes, mas temos que despi-lo de fascinação e ver o que ele produz nas pessoas. Ele próprio talvez tenha se beneficiado de seu relacionamento com Don Juan, de qualquer forma é uma coisa que só ele pode saber. Mas mesmo que ele tenha se beneficiado, pode ser que seus leitores em geral não encontrem esse benefício. Ele pode até ter valor e pode fazer sentido, mas certamente que esse sentido e valor não são absolutos, e o fato de nos identificarmos ou buscarmos nos relacionar com o caminho dele já indica uma tendência particular da nossa parte. Devemos observar essa tendência ao invés de acreditar cegamente que o caminho dele produz bons frutos.

Porque preferimos ele ao Osho ou o Papa João Paulo II? Isso é algo importante de analisar. Se desconfiamos do Papa ou do Osho, devemos desconfiar do Castañeda também. E a confiança só surge na medida do benefício, ou seja, observamos o que eles dizem, continuamos praticando o que é bom, e abandonamos o que não parece tão interessante. É também importante perceber que realmente há mestres equivocados e pessoas confusas que se passam por sábias — as vezes as pessoas não consideram este fato simples. Pode ser que o Castañeda seja um mestre legítimo e benéfico, eu lhe daria no mínimo o benefício da dúvida. Particularmente li todos os seus livros, por um curto tempo me encantei, depois me desiludi. Ao que parece, conhecer alguém como Don Juan poderia ser muito interessante, mas ler sobre isso e tentar praticar por conta, pessoalmente não me foi muito produtivo. Talvez para outras pessoas seja de maior benefício. É uma possibilidade.

Por outro lado, facilmente vejo tudo como uma fraude.

Enfim, as drogas podem em alguns casos ajudar, da mesma forma que perder um filho num acidente de trânsito ou tomar um café no bar da esquina, podem, sob certas circunstâncias, ajudar. Não é o fenômeno que determina o benefício, mas sim a liberdade. Se há liberdade, comer uma azeitona é benéfico, se não há liberdade, comer a mesmíssima azeitona não é benéfico — pode ser trágico. Pessoas que estão com doenças terminais e um prazo determinado para morrer geralmente desenvolvem rapidamente uma espiritualidade, ou caem em extrema confusão e depressão. Da mesma forma com as drogas. Porém ninguém provocaria um câncer para aprender espiritualidade, mas eventualmente para algumas pessoas, por razões as mais estranhas, acaba parecendo interessante ingerir certas plantas que provocam caos no processo cerebral para atingir o mesmo fim. É a mesma situação em ambos os casos.

Eduardo Pinheiro

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